Hino Oficial do Ano da Fé: "Credo, Domine, adauge nobis
fidem" - divulgado pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização.
Com tradução e adaptação para língua portuguesa do Pe.
António Cartageno, o hino é interpretado pelo Coro da Catedral de Lisboa e as
suas crianças, com a direção musical do Prof. Luís Filipe Fernandes,
acompanhados ao órgão por António Duarte, e pelos instrumentos de flauta com
Alzira Trindade, clarinete por Ana Marques e trompete com Edgar Albuquerque.
Conhecemos bem o quanto a música
e o canto são importantes para a compreensão e o aprofundamento das ideias, e o
quanto são úteis para a divulgação de campanhas e de projetos. Seguindo o
convite do Santo Padre, “queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda”
(PF, 8). Por isso, o Ano da Fé não poderia ficar sem seu hino. Dele esperamos
que ajude a marcar este “tempo de particular reflexão e redescoberta da fé”
(PF, 4).
Divulgado pelo Pontifício
Conselho para a Nova Evangelização, o hino circulou rapidamente pela internet,
inclusive em uma versão portuguesa. Os assessores das Comissões Episcopais
Pastorais para a Liturgia e para a Doutrina da Fé prepararam esta versão
brasileira. Depois de avaliada pelos presidentes dessas Comissões e pelo
Secretário Geral da CNBB, tornamos pública, para que seja usada pela Igreja no
Brasil durante este Ano da Fé.
A súplica do pai que apresentou
seu filho para ser curado por Jesus – “Eu creio, mas aumentai a minha fé” (Mc
9,24) – é assumida por todos nós. Desse modo, o hino é um grande pedido pela
renovação e pelo crescimento da fé. Há uma particularidade a ser notada: a
primeira parte da súplica está no singular: “creio, ó Senhor”. E a segunda
parte está no plural: “aumenta nossa fé”. Assim se destacam os vários aspectos
da fé, que são aprofundados pelo Papa no número 10 da Porta Fidei: ao mesmo
tempo ela é pessoal e eclesial, é um ato pessoal e tem conteúdo “objetivo”.
Outro elemento que se destaca
pela repetição é a expressão “caminhamos”, que ocorre no início de cada
estrofe. Na mesma Porta Fidei, Bento XVI nos recorda que, uma vez atravessado o
limiar da porta, por meio do batismo, abre-se diante de nós um caminho que dura
a vida toda e que se conclui com a passagem para a vida eterna (PF, 1). O povo
brasileiro se identifica muito com as romarias, peregrinações, procissões e
caminhadas. Elas são um símbolo da peregrinação espiritual que toda a nossa
existência cristã: “não temos aqui cidade permanente, mas andamos à procura da
que está para vir” (Hb 13,14). O modo como caminhamos é destacado de modo
diferente a cada nova estrofe: cheios de esperança, frágeis e perdidos,
cansados e sofridos, sob o peso da cruz, atentos ao chamado, com os irmãos e as
irmãs. É um caminho feito em companhia, desafiador, é certo, mas dirigido pelas
marcas dos passos de Nosso Senhor, como bem recorda a estrofe 4.
O caminhar da Igreja é marcado,
portanto, pelos mistérios da vida de Cristo, reflexos do grande Mistério
Pascal. Na sequência, nos são recordados: o Advento, o Natal, a Quaresma, a
Páscoa, Pentecostes e o Reino definitivo. Do mistério do Filho de Deus feito
homem é que a Igreja vive permanentemente. É a comunhão com Ele que orienta e
anima toda a caminhada eclesial ao longo da história e, na grande comunhão dos
santos, é também o que anima cada um dos fieis, pessoalmente.
Alguns títulos de Cristo são
evocados, junto com os mistérios. Filho do Altíssimo, estrela da manhã, mão que
cuida e que cura, o Vivente que não morre, Palavra, esperança da chegada. Desse
modo o Mistério do Filho de Deus feito nosso irmão impregna toda a existência
dos cristãos, na Igreja. Assim ele nos anima no caminho e nos conduz para a
meta.
Esse caminhar é feito em
companhia. Como companheiros são recordados, na sequência das estrofes: os
Santos que “caminham entre nós”, Maria, “a primeira dos que creem”, os pobres
que “esperam à porta”, os humildes que “querem renascer”, a Igreja que “anuncia
o Evangelho”, o mundo, no qual se encontram sinais do Reino que “está entre
nós”. Esta grande companhia de fé nos permite muitas e profundas reflexões: a
comunhão dos santos, o significado da presença da Mãe de Jesus na vida da
Igreja, os pobres, nos quais podemos servir ao próprio Cristo e pagar-lhe amor
com amor, o espírito das bem-aventuranças expresso nos “humildes”. Como resume
a última estrofe, trata-se da companhia de fé, de esperança e de amor que é a
Igreja.
A consciência de que o hino
expressa a súplica da Igreja que quer ser renovada na fé é expressa nos termos
com os quais se conclui cada estrofe: pedimos, oramos, invocamos, suplicamos,
rogamos, clamamos. A renovação eclesial e o impulso para a nova evangelização,
objetivos principais do Ano da Fé (PF, 7-8), não serão alcançados simplesmente
por nosso esforço. São dons da graça divina, que devemos suplicar com humildade
e buscar com toda energia.
Valha-nos sempre a proteção da
Virgem Maria, bem-aventurada porque acreditou (Lc 1,45).
Anexos: